quinta-feira, 19 de abril de 2012

Cadeira 37 - Malaquias, o profeta da prosperidade


Malaquias foi o último escritor do Velho Testamento e foi considerado o décimo-segundo (12º) profeta menor. Ele viveu antes do "Período Interbíblico", também conhecido como "Tempo do Silêncio Profético". O silêncio profético é representado por quatro páginas em branco (verso e anverso) localizadas nas Bíblias tradicionais, que são os 400 anos em que nenhum profeta de Deus manifestou-se verbalmente ou por escrito. Essas páginas em branco ficam entre o Velho e o Novo Testamento. O silêncio profético só veio a encerrar-se com o início do ministério terreno de Jesus Cristo, O Messias. O nascimento de Cristo ocorreu no ano 4.004 da Antiguidade.

Malaquias escreveu um livro de quatro capítulos que trata de pronúncias que informam que todos terão de prestar contas a Deus quando os seus requisitos e mandamentos não são cumpridos. Este livro foi escrito no ano 404 a. C., ou seja, 400 anos antes do nascimento de Jesus.

Para melhor compreensão de seu livro, Malaquias o dividiu em quatro grandes partes, a saber: 1)Deus amava a Israel, mas o povo judeu desprezava o Seu Santo Nome (Malaquias 1.1-14). 2)Os sacerdotes e os povos são censurados por não continuarem a seguir os caminhos do Senhor Deus (Malaquias 2.1-17). 3)O Verdadeiro Deus julgará e refinará  o Seu povo (Malaquias 3.1-18). 4)A chegada do grande e atemorizante "Dia do Senhor" (Malaquias 4.1-6). E por dar um enfoque muito especial à fidelidade financeira e material do homem para com Deus, no texto de Malaquias 3.7-17, o escritor do livro ficou conhecido mundialmente com "o profeta da prosperidade".

Na época do ministério profético de Malaquias em Israel os sacrifícios (holocaustos) estavam sendo oferecidos no Templo do Senhor, o qual havia sido reconstruído em 520 AC, e dedicado integralmente ao Senhor em 5l6 AC, quando a nação de Israel finalmente ficou livre para adorar ao Verdadeiro Deus, embora a nação ainda estivesse sob o domínio medo-pérsico (Malaquias 1.7-10). Um espírito de indiferença dominava não apenas o povo, mas também os sacerdotes (Malaquias 1.6), apesar de terem conhecimento completo da Lei de Deus.

Contrariando o que determinava a Lei de Deus, os sacerdotes da época apostatavam ao aceitar animais coxos, cegos e doentes como sacrifícios no Altar de Deus (Malaquias 1.8; Levítico 22.19; Deuteronômio 15.21). Deixavam de dar orientações e instruções corretas ao povo, fazendo muitos tropeçar (Malaquias 2.7,8). Mostravam parcialidade no julgamento (Malaquias 2.9). Tudo isso tinha um mau efeito sobre os israelitas em geral, induzindo-os a encarar o Senhor Deus como de pouco valor (Malaquias 3.14,15). Isso se evidencia no fato de que os israelitas não apoiavam o Templo com o pagamento de seus dízimos nem com a entrega das contribuições e ofertas alçadas. Os judeus haviam-se afastado tanto de sua devoção a Deus, que até se divorciavam de suas mulheres, sem motivo algum, para se casarem com mulheres que adoravam a falsos deuses. Também passou a haver entre os judeus: feitiçaria, fornicação, adultério, mentira, fraude e opressão (Malaquias 2.11-16; 3.5-10). Ao mesmo tempo, Deus exortou aos transgressores a se arrependerem, dizendo: "Retornai a MIM, e EU retornarei para vós" (Malaquias 3.7).

As profecias de Malaquias continuam válidas até os dias de hoje. Inclusive, o próprio Deus promete o retorno do profeta Elias como uma das duas testemunhas do Apocalipse (Malaquias 4.5,6; Apocalipse 11.3-6).
                  
                Dr. Venâncio Josiel dos Santos – Presidente da AELA/MS