Malaquias foi o último escritor do Velho Testamento e foi
considerado o décimo-segundo (12º) profeta menor. Ele viveu antes do
"Período Interbíblico", também conhecido como "Tempo do Silêncio
Profético". O silêncio profético é representado por quatro páginas em
branco (verso e anverso) localizadas nas Bíblias tradicionais, que são os 400
anos em que nenhum profeta de Deus manifestou-se verbalmente ou por escrito.
Essas páginas em branco ficam entre o Velho e o Novo Testamento. O silêncio
profético só veio a encerrar-se com o início do ministério terreno de Jesus
Cristo, O Messias. O nascimento de Cristo ocorreu no ano 4.004 da Antiguidade.
Malaquias escreveu um livro de quatro capítulos que trata de
pronúncias que informam que todos terão de prestar contas a Deus quando os seus
requisitos e mandamentos não são cumpridos. Este livro foi escrito no ano 404
a. C., ou seja, 400 anos antes do nascimento de Jesus.
Para melhor compreensão de seu livro, Malaquias o dividiu em
quatro grandes partes, a saber: 1)Deus amava a Israel, mas o povo judeu
desprezava o Seu Santo Nome (Malaquias 1.1-14). 2)Os sacerdotes e os povos são
censurados por não continuarem a seguir os caminhos do Senhor Deus (Malaquias
2.1-17). 3)O Verdadeiro Deus julgará e refinará
o Seu povo (Malaquias 3.1-18). 4)A chegada do grande e atemorizante
"Dia do Senhor" (Malaquias 4.1-6). E por dar um enfoque muito
especial à fidelidade financeira e material do homem para com Deus, no texto de
Malaquias 3.7-17, o escritor do livro ficou conhecido mundialmente com "o
profeta da prosperidade".
Na época do ministério profético de Malaquias em Israel os
sacrifícios (holocaustos) estavam sendo oferecidos no Templo do Senhor, o qual
havia sido reconstruído em 520 AC, e dedicado integralmente ao Senhor em 5l6
AC, quando a nação de Israel finalmente ficou livre para adorar ao Verdadeiro
Deus, embora a nação ainda estivesse sob o domínio medo-pérsico (Malaquias
1.7-10). Um espírito de indiferença dominava não apenas o povo, mas também os
sacerdotes (Malaquias 1.6), apesar de terem conhecimento completo da Lei de
Deus.
Contrariando o que determinava a Lei de Deus, os sacerdotes da
época apostatavam ao aceitar animais coxos, cegos e doentes como sacrifícios no
Altar de Deus (Malaquias 1.8; Levítico 22.19; Deuteronômio 15.21). Deixavam de
dar orientações e instruções corretas ao povo, fazendo muitos tropeçar
(Malaquias 2.7,8). Mostravam parcialidade no julgamento (Malaquias 2.9). Tudo
isso tinha um mau efeito sobre os israelitas em geral, induzindo-os a encarar o
Senhor Deus como de pouco valor (Malaquias 3.14,15). Isso se evidencia no fato
de que os israelitas não apoiavam o Templo com o pagamento de seus dízimos nem
com a entrega das contribuições e ofertas alçadas. Os judeus haviam-se afastado
tanto de sua devoção a Deus, que até se divorciavam de suas mulheres, sem
motivo algum, para se casarem com mulheres que adoravam a falsos deuses. Também
passou a haver entre os judeus: feitiçaria, fornicação, adultério, mentira, fraude
e opressão (Malaquias 2.11-16; 3.5-10). Ao mesmo tempo, Deus exortou aos
transgressores a se arrependerem, dizendo: "Retornai a MIM, e EU
retornarei para vós" (Malaquias 3.7).
As profecias de Malaquias continuam válidas até os dias de hoje.
Inclusive, o próprio Deus promete o retorno do profeta Elias como uma das duas
testemunhas do Apocalipse (Malaquias 4.5,6; Apocalipse 11.3-6).
Dr. Venâncio Josiel dos Santos – Presidente da AELA/MS